sexta-feira, 18 de março de 2011

Banho de sol aumenta desejo sexual masculino.

Pesquisadores austríacos publicaram artigo na revista Clinical Endocrinology no qual afirmam que banho de sol pode ampliar o desejo sexual masculino, já que a vitamina D produzida aumenta a quantidade de testosterona.

Cerca de 2,3 mil voluntários participaram da pesquisa. Os cientistas aferiram que eles tinham uma concentração menor, tanto da vitamina D, quanto de testosterona, durante o inverno, e uma concentração maior, no ápice do verão.

Agora, o coordenador do estudo, Winfried Marz, quer verificar se suplementos de vitamina D têm o mesmo efeito sobre a testosterona, aumentando a libido dos homens.

É bom lembrar que exposição em demasia ao sol, sem a devida proteção, causa câncer de pele. Logo, o melhor é manter uma dieta rica em vitamina D, com gema de ovo, fígado, manteiga e alguns tipos de peixes como cavala, salmão e arenque. Além, é claro, de banhos de sol moderados e proteção adequada para pele.

Texto: Cassiano Sampaio
Fonte: Redação Saúde em Movimento

Publicado em: 11/02/2010

Incontinência Urinária

INTRODUÇÃO

A Incontinência Urinária é uma condição multifatorial que afeta muitas pessoas, em diferentes faixas etárias. Ao mesmo tempo em que era considerada pelos pacientes como uma condição normal do processo de envelhecimento era negligenciada pelos profissionais da área da saúde. Essa condição constrangedora de perda involuntária de urina tem conseqüências avassaladoras na qualidade de vida das pessoas incontinentes, causando muitas vezes marginalização do convívio social, frustrações psicossociais e institucionalização precoce.
É de especial importância aos profissionais da área da saúde o conhecimento prévio de todo o processo fisiológico normal de continência, para que possamos intervir diretamente e de forma conservadora nos cuidados da pessoa incontinente, para tanto, faremos uma breve revisão dos mecanismos fisiológicos normais.

REFLEXO DA MICÇÃO

À medida que a bexiga vai se enchendo de urina, os receptores sensoriais presentes no interior da bexiga percebem o estiramento da parede vesical e ondas de contração vão surgindo, esses sinais sensoriais são conduzidos para os segmentos sacrais da medula espinhal pelos nervos pélvicos, voltando depois, por via reflexa, para a bexiga. À medida que a bexiga continua se enchendo os reflexos de micção tornam-se mais freqüentes mais intensos causando contrações também cada vez maiores do músculo detrusor, num ciclo repetitivo e contínuo, até que a bexiga atinja um alto grau de contração.
Uma vez que o reflexo da micção se torne suficientemente intenso, outro reflexo é desencadeado determinado o relaxamento esfincteriano. Se esta inibição for mais potente no cérebro que os sinais constritores voluntários para o esfíncter externo, ocorrerá a micção; caso contrário , a micção não ocorrerá até que a bexiga se encha ainda mais e a micção reflexa se torne mais intensa.

FISIOLOGIA DA MICÇÃO

O ato miccional apesar de aparentemente simples envolve a interação de estruturas complexas como o SNC, SNP e estruturas do trato urinário. A interação entre essas estruturas estabelece um equilíbrio coordenado e harmônico, determinando a Continência Urinária.
A função vesical acontece em duas fases, ou seja, Fase de Armazenamento ou Enchimento e Fase de Esvaziamento.
A Fase de Armazenamento ocorre quando a bexiga consegue acumular quantidades crescentes de urina em seu interior sem variações significativas de pressão, enquanto os esfíncteres urinários permanecem contraídos, o que estabelece uma pressão intra uretral maior que a pressão vesical.
Essa capacidade de armazenar urinar sem que haja aumentos significativos na pressão é chamado da Complacência Vesical ou Acomodação Vesical.
Nessa fase o músculo detrusor está em repouso, o que permite que isso aconteça. Essa fase é produzida pela estimulação simpática dos receptores beta adrenérgicos dentro da parede vesical, causando relaxamento do detrusor. Ao mesmo tempo a atividade nervosa simpática inibe a atividade parassimpática, promovendo mais ainda, um estado de relaxamento. O relaxamento do detrusor durante a fase de enchimento é o componente-chave para a fase de acomodação vesical. A estimulação simpática de receptores alfa adrenérgicos presente no colo vesical e uretra proximal causa a constrição, com conseqüente aumento da pressão uretral.
O esfíncter externo e os músculos elevadores do ânus servem como suporte para os mecanismos de continência, embora em permanente estado de contração podem contrair-se ainda mais para impedir a perda de urina sob condições de stress, são inervados pelo plexos sacrais e nervos pudendos.
Uma vez que a bexiga atinja sua capacidade máxima (350 - 650 ml), os receptores do interior do músculo detrusor emitem sinais aos centros corticais do cérebro para se iniciar a fase de esvaziamento.
Para iniciar o processo da micção é necessário que o córtex reconheça a repleção vesical (desejo miccional) e decida a melhor hora e momento para desencadear o esvaziamento da bexiga.
A Fase de Esvaziamento acontece com a estimulação da contração do detrusor associada ao relaxamento esfincteriano e dos músculos elevadores do ânus, permitindo que a bexiga elimine seu conteúdo através de uma inversão desse gradiente de pressão, enquanto o córtex inibe o relaxamento simpático da bexiga. A uretra se encurta o que diminui a resistência do fluxo. A bexiga libera seu conteúdo sob controle voluntário dependendo diretamente de uma atividade coordenada da uretra e do músculo detrusor.
A ativação dos receptores colinérgicos parassimpático no músculo detrusor estimula a sua contração e a micção começa.
O reflexo da micção é um reflexo completamente autonômico da medula espinhal, mas pode ser inibido ou facilitado por centros do cérebro.

Músculo Esfincter Forte

Músculo Esfincter Fraco

CLASSIFICAÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Dentre as Incontinências Urinárias definiremos:

Incontinência Urinária de Urgência e Urge-Incontinência
É a presença de contração vesical durante a fase de enchimento desencadeada espontaneamente ou em resposta a estímulos e demonstrada de forma objetiva, quando a paciente tenta inibir a contração. É chamada de Instabilidade em pacientes sem diagnóstico neurológico e de hiperreflexia em pacientes com comprometimento neurológico. Resultando em micções freqüentes e relativamente descontroladas. Esta condição deriva de uma lesão parcial da medula espinhal ou do tronco cerebral que interrompe a maioria dos sinais inibitórios, ou por hipersensibilidade a acetilcolina, aumento das fibras sensitivas na submucosa, ativação dos reflexos medulares, principalmente em pacientes neuropatas e por deficiência ou diminuição do controle inibitório do SNC. Portanto, impulsos facilitatórios passando continuamente ao longo da medula mantém os centros sacrais tão excitáveis que mesmo uma pequena quantidade de urina provoca um reflexo da micção incontrolável, assim promove a micção freqüente, quando a paciente sente forte desejo de urinar e perde urina no trajeto até o banheiro classifica-se como Urge-Incontinência.
A paciente tem sensação de plenitude vesical por diminuição da complacência.
A Incontinência de Urgência pode ser sensitiva ou motora e a diferenciação é feita no exame urodinâmico.

Incontinência Urinária de Esforço
É a perda involuntária de urina que surge com aumentos da pressão intra-abdominal, causando problema social ou higiênico para a mulher, na ausência de atividade contrátil do detrusor. Em condições normais o esfíncter da uretra é capaz de impedir a saída de urina por ocasião de aumento acentuado e abrupto da pressão intra abdominal como em episódios de tosse, espirro ou riso forçado. Na incontinência urinária de esforço ocorre uma perda involuntária de urina quando a pressão vesical excede a pressão uretral máxima, sem que o músculo detrusor tenha se contraído. Pode ser um sintoma (quando a paciente nos relata) pode ser um sinal (quando percebido ao exame físico) ou uma condição (quando vem associado a um diagnóstico urodinâmico específico).
O fator determinante da IUE é a alteração do gradiente de pressão entre a bexiga e a uretra. Essa mudança ocorre por falha no mecanismo esfincteriano extrínseco ou intrínseco da uretra. Assim, a IUE pode ser decorrente de hipermobilidade do colo vesical e/ou insuficiência esfincteriana.

Incontinência Urinária Mista
Quando se somam os sintomas da IUE e da Incontinência de Urgência, é necessário analisar a predominância dos sintomas.

FATORES PREDISPONENTES

Parto Vaginal:
Por trauma neuromuscular ao assoalho pélvico e/ou descolamento da fáscia pubocervical, por estiramento ou compressão mecânica dos nervos pélvicos. Lesões causadas mais freqüentemente durante a segunda fase do trabalho de parto.

Deficiência Estrogênica:
O trato urinário inferior é rico em receptores de estrogênio, que faz quando são estimulados, um aumento do fluxo sangüíneo do plexo artério-venoso e o fluxo sangüíneo aumentado melhora a coaptação da mucosa uretral e aumenta sua pressão, promovendo a continência. A deficiência de estrogênio pode ser um fator que contribui para a incontinência urinária em mulheres na menopausa.

Tabagismo:
O tabagismo pode agravar a incontinência por vários fatores:
- danos às sustentações uretrais e vaginais pela tosse crônica
- alterações na síntese e na qualidade de colágeno
- contrações do detrusor induzidas pela nicotina do cigarro.
- Efeitos anti-estrogênicos que diminuem a atividade dos receptores adrenérgicos no esfíncter uretral interno.

Obesidade
A obesidade piora a condição de incontinência por aumentar a pressão intra-abdominal.

DIAGNÓSTICO

Estudo Urodinâmico
É um termo genérico que compreende o estudo funcional da bexiga e/ou uretra. Fazem parte desse exame a fluxometria, cistometria, estudo fluxo/pressão, a eletromiografia, perfil pressórico uretral e a pressão de perda.
Tem particular importância na determinação da causa da incontinência urinária, na terapêutica , apesar de ser um exame invasivo e agressivo, utilizar como instrumento para sua execução sondas intra uretral e a paciente se expor durante o exame urinando na presença de pessoas estranhas, constitui-se na abordagem diagnóstica mis segura da Incontinência Urinária.

ORIENTAÇÕES PARA COMPLEMENTAÇÃO DIAGNÓSTICA

Diário Urinário
Consiste na anotação pela paciente de suas micções , sintomas e situações de perda urinária, pode ajudar-nos muito na avaliação da intensidade e da freqüência objetiva desses sintomas.

Teste de Esforço ou Teste da Almofada ou Pad-Test
Permite uma medida quantitativa da perda urinária. É um teste que necessita de balança de alta precisão e de alto custo, mas é útil na classificação da incontinência urinária.

Teste do Cotonete ou Q.tip Test
Faz-se a assepsia do local com polvidine, introduz-se cotonete estéril embebido em xylocaína até que a resistência seja vencida, marcando-se aí como ponto zero (0), solicita-se uma contração voluntária ou manobra de Valsalva e com o goniômetro mede-se angulação do cotonete.

AVALIAÇÃO FISIOTERÁPICA

IDENTIFICAÇÃO
HMA
ANAMNESE

Deve-se pesquisar:
- Queixa e duração dos sintomas
- Tipo de sintomas
- Tempo de aparecimento dos sintomas
- Situações em que ocorre a perda (IUE/Urgência)
- Idade da Continência (controle da micção)
- Fator desencadeante
- Fatores que melhoram e que pioram os sintomas
- Status hormonal
- Se há relacionamento do sintoma com algum evento como parto normal ou alguma cirurgia ginecológica.
- Hábitos intestinais: número de evacuações por semana/ período de tempo para evacuar.
- Hábitos de vida; (cigarro, álcool, alimentação, obesidade)
- Medicações

EXAME FÍSICO
Inclui:
Inspeção

Abdominal

· Estado da Pele
· Cicatrizes/Aderências
· Estrias
· Zonas Dolorosas
· Hérnias

Assoalho Pélvico

· Mucosa hiperêmica
· Presença de irritação local
· Presença de Corrimentos
· Presença de Mamilos Hemorroidários
· Presença de Escorições
· Presença de Micoses
· Presença de cicatrizes
· Presença de Epsiotomias
· Presença de Varicosidades
· Abertura Vulvar
· Distância Ano-Vulvar

Palpação

· tônus da musculatura perineal através da palpação das paredes vaginais
· capacidade de realizar contração voluntária (introduzindo-se os dedos indicador e dedo médio devidamente calçados de luva, dentro do canal vaginal, solicita-se à paciente para " prender" os dedos na vagina)
· tônus da musculatura glútea , abdominal e adutora
· alterações de sensibilidade
· em pacientes idosos ou debilitados solicita-se a deambulação e as possíveis alterações posturais como desequilíbrios, instabilidades e incoordenações motoras.

TESTES ESPECIAIS

· Força Muscular (Abdominal e Assoalho Pélvico)
· Diástase dos Retos Abdominais
· Núcleo Fibroso Central do Períneo
· Reflexos Sacrais (bulbocavernoso e cutâneo anal)

TRATAMENTO FISIOTERÁPICO

Durante muitos anos a cirurgia foi a melhor opção de tratamento da Incontinência Urinária, mas com o passar do tempo as recidivas eram freqüentes, submetendo as pacientes às mesmas condições iniciais de perda urinária, muitas vezes com piora do prognóstico.
As técnicas de tratamento conservador ficaram esquecidas durante muitos anos, e somente nos anos 80 readquiram importância , apesar de terem surgido em 1948 com Arnold Kegel.
É muito importante que haja uma abordagem multiprofissional dessas pacientes e uma perfeita interação entre os membros da mesma equipe para que a paciente seja beneficiada e o diagnóstico seja seguro. Com os avanços das pesquisas em fisiologia do trato urinário inferior e com o aprimoramento das técnicas de diagnóstico, o tratamento conservador foi assumindo um importante papel na reabilitação dessas pacientes através das Técnicas de Reeducação Perineal.
Os resultados positivos dessas técnicas dependem da boa avaliação do paciente e da escolha da técnica e parâmetros de tratamentos para cada tipo específico de Incontinência que será tratada.

TRATAMENTO CONSERVADOR

Terapia Comportamental
Visa ensinar a paciente um comportamento que foi perdido.
Consiste na micção em tempos determinados ou treinados da bexiga.
O objetivo é separar-se a percepção da necessidade de urinar do ato de urinar, permitindo à mulher restabelecer o controle cortical sobre a bexiga.

REEDUCAÇÃO PÉLVICO - PERINEAL

A musculatura pélvico-perineal tem uma grande importância sobretudo na mulher, ela desempenha um papel de fixação e de sustentação dos órgãos pélvicos.
Existem várias técnicas de tratamento conservador que podem ser utilizadas e que na literatura tem se mostrado eficaz na abordagem da paciente incontinente.
A reeducação pélvico - perineal pode ser usada tanto de forma preventiva para toda a musculatura, quanto de forma curativa para músculos enfraquecidos.

MODALIDADES DE TRATAMENTO CONSERVADOR

Contração Voluntárias ou Exercícios de Kegel
Kegel foi o primeiro a descrever de modo sistemático um método de avaliação e um programa de exercícios com o objetivo de reeducar o assoalho pélvico e aumentar o tônus da musculatura perineal.
A contração do assoalho pélvico exige uma capacidade de ativar os músculos corretamente.
O assoalho pélvico funciona em conjunto não sendo possível fechar as três aberturas individualmente, porém é necessário focalizar cada uma delas independente.

Os exercícios de devem ser feitos com contrações fortes, longas e repetidas, uma depois da outra com uma breve pausa entre elas, cada uma mantida pelo maior tempo possível.

O fisioterapeuta deve verificar a ausência de contração nos músculos abdominais, adutores do quadril e glúteos.

Como acontece com toda reeducação, a paciente precisa de estímulo regular para aumentar a extensão, intensidade e número de contrações repetidas . Deve ser usado um certo número de posições, trabalhando aquelas que são mais difíceis. Para obter o melhor resultado possível de um programa de exercícios pélvicos, ele precisa ser realizado dentro de um período de três a seis meses.

Perineômetro
Em 1948, Kegel descreveu um dispositivo pneumático que ele usava para medir a pressão dentro da vagina, e para motivar as mulheres a praticarem exercícios para o assoalho pélvico. Constituía-se numa peça de borracha cheia de ar compressível (sensor) que era inserida na vagina da mulher ligada a um manômetro. A mulher então contraía o seu assoalho pélvico várias vezes e anotava a maior leitura no mostrador, e o período de tempo durante o qual ela podia manter uma contração.

Cones Vaginais
Na reabilitação muscular, a resistência na forma de pesos tem sido há muito tempo usado para aumentar a força e a resistência. As tentativas para achar um meio de aplicar a resistência manual à musculatura perineal levou a criação e comercialização dos cones vaginais. Eles consistem de uma série de cinco a noves cilindros pequenos, de pesos variáveis, indo de 10 a 100 g. Eles são feitos de chumbo coberto com plástico e são do tamanho aproximado de um tampão, com um cordão de nylon ligado as pontas mais afiladas. O cone age forçando para baixo os músculos do assoalho pélvico, e esse sentimento de soltar o cone faz o músculo se contrair em torno dele, para retê-lo.

Eletroestimulaçao do Assoalho Pélvico

A eletroestimulaçao vem adquirindo grande importância entre as modalidades de tratamento conservador da I.U.E, visa essencialmente promover o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico através de contrações eletricamente induzidas, sem que necessariamente haja a participação ativa da paciente.

Autora: Cláudia Elaine Cestári Souza
Fisioterapeuta

Redação do Saúde em Movimento

Data da Publicação: 19/05/2003

Andropausa

Tanto o termo Andropausa quanto CLIMATÉRIO MASCULINO, podem ser ambos clinicamente inadequados. Na menopausa, de onde se faz a analogia com Andropausa, ocorre invariavelmente a falência dos ovários e o fim do ciclo reprodutivo da mulher. No homem, com o avançar da idade, diminui a produção de vários hormônios, principalmente dos chamados esteróides sexuais. O que realmente existe é uma síndrome caracterizada por deficiência. Mas, como o termo já adquiriu status de verdade creio podermos usá-lo sem maiores prejuízos da ciência.

No homem, a chegada do envelhecimento físico pode vir junto com a falta desejo sexual, esta última muito ligada ao fator psicológico e, em alguns casos, à diminuição da produção de testosterona, o hormônio sexual masculino. Essa fase pode ser chamada de Andropausa.

A Andropausa não é igual para todos os homens, mas todos experimentam alguma diferença no modo de sentir a vida a medida em que a velhice vai chegando. Embora a idade seja a causa da Andropausa, os homens mais emotivos, menos autoconfiantes e seguros de si estão mais predispostos aos efeitos da apatia.

A produção do hormônio testosterona costuma diminuir, de forma discreta, quando os homens ultrapassam os 50 anos. Isso é fisiológico e natural. Depois dos 40 anos, a testosterona começa a diminuir cerca de 1% ao ano, entretanto, quando essa queda é mais acentuada, o fenômeno leva o nome de Andropausa e alguns homens podem apresentar problemas.

Portanto, a Andropausa seria o resultado das disfunções sexuais e os problemas físicos provocados pela diminuição do nível de testosterona que atinge homens com mais de 50 anos.

O “climatério masculino”, ou Andropausa, foi descrito pela primeira vez em 1939, onde se caracterizou como o declínio da testosterona plasmática em homens acima de 50 anos. A partir dos anos sessenta, inúmeros trabalhos científicos confirmaram estas descobertas e identificaram uma redução da perfusão sanguínea (fluxo) nos testículos, com redução significativa da síntese de testosterona.

A Andropausa é a versão masculina da menopausa na mulher e, neste período do envelhecimento, o homem é marcado por mudanças fisiológicas e psicológicas. Mas, por maior que seja a queda da testosterona no homem, ela não se compara à queda dos hormônios femininos na mulher na menopausa. No homem os sintomas se instalam lenta e progressivamente, diferentemente da menopausa na mulher.

Nessa fase, em 15% dos casos surgem sintomas como perda de interesse sexual, problemas de ereção, falta de concentração, queda de pêlos, aumento de peso, irritabilidade e insônia, entre outros. O medo de enfrentar desafios, seja na vida particular ou profissional, é um dos sintomas mais comum.

Quando é a insônia que mais importuna o paciente, deve ser tratada, quando são os distúrbios de ereção, é isso que deve receber tratamento, ou a depressão, o ganho de peso e assim por diante.

A Testosterona, o Hormônio Masculino

Os hormônios masculinos são produzidos, na sua maior parte, nos testículos e pequena porção nas glândulas supra-renais. A regulação da produção desses hormônios depende da integridade do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, um sistema que integra o hipotálamo no cérebro, a glândula hipófise, também no cérebro e as gônadas.

A testosterona é o mais importante hormônio masculino e o homem adulto produz aproximadamente 7mg de testosterona todos os dias. No exame de sangue essa produção é constatada normal quando o nível de testosterona está entre 300 e 1.000 ng/dL (nanograma por decilitro). Entre o período da manhã e noturno existem variações na produção de testosterona, sendo à noite os menores níveis.

A produção de testosterona pode ainda ser alterada por várias condições clínicas, tais como uso de alguns medicamentos, obesidade, doenças hepáticas, doenças renais e doenças de algumas glândulas, principalmente da tireóide, diabetes, por doenças coronarianas, depressão e até pelo tabagismo (Referência)

A testosterona facilita e promove o crescimento e a virilização do homem, estando associada às mudanças na composição corporal, como a distribuição de pêlos na face, tórax e na região púbica, aumento da massa muscular e funções sexuais. Existem grandes variações individuais na produção hormonal e variações com a idade. No sangue, a testosterona está circulando geralmente ligada às proteínas (globulinas).

Na adolescência a testosterona é responsável pelas características sexuais, como o desenvolvimento do pênis, o aumento dos pelos, as mudanças da voz e o aumento da massa muscular. Com a diminuição ou falta da testosterona surgem os sintomas da Andropausa (abaixo).

Em torno dos 55 anos, às vezes até mesmo antes, começa a perda de libido e o interesse sexual diminui ou desaparece. Apesar do homem ainda ter ereção peniana sua vontade de sexo está prejudicada. Mais tarde surge também a dificuldade em ter ou manter a ereção, juntamente com alterações de humor, irritabilidade, sintomas depressivos e alterações da memória, entre outros.

Tal como acontece nas mulheres, por volta dos 35-40 anos o homem também passa a ter maior propensão para engordar e, com a Andropausa, essa tendência se agrava. Mas o aumento de peso na Andropausa se deve ao aumento da gordura corporal, havendo simultaneamente uma maior perda de massa muscular. Essa perda muscular se agrava ainda mais pela falta de atividade física.

Além da diminuição do desejo sexual também sofre diminuição a disposição mental e disposição para o trabalho. O déficit de Testosterona no cérebro leva também a constantes episódios depressivos, dando a sensação de que a vitalidade se reduz a cada dia que passa.

SINTOMAS DA ANDROPAUSA

Aumento da proporção de gordura corporal
Diminuição da massa muscular
Tendência à anemia
Tendência à osteoporose
Perda de interesse sexual
Dificuldade de ereção
Dificuldade de concentração
Problemas de memória
Apatia e depressão
Queda de pêlos
Aumento de peso
Irritabilidade
Insônia


A influência da Testosterona se faz sentir uma muitos órgãos e funções do organismo. Vejamos algumas delas:

Próstata

Estudos epidemiológicos têm relacionado os andrógenos (principalmente a testosterona) com o desenvolvimento do câncer da próstata. Alguns desses estudos constatam que jovens negros do sexo masculino têm níveis séricos de testosterona maiores do que os jovens de raça branca. As diferenças raciais detectadas entre esses grupos de homens americanos em relação ao metabolismo da testosterona, paralelamente às diferenças raciais detectadas quanto à mortalidade e maior incidência de câncer da próstata, sugerem, que ao menos uma parte dessas diferenças se deva à magnitude da testosterona endógena.

Os andrógenos (principalmente a testosterona) promovem o desenvolvimento e o crescimento prostático através dos níveis hormonais crescentes durante a puberdade. Sabe-se que os andrógenos estão envolvidos no desenvolvimento dos tumores prostáticos benignos (hipertrofia prostática benigna), sendo também constatado, estatisticamente em autópsias, que há correlação positiva entre o volume prostático e a idade.

Por outro lado, a privação de andrógenos causa a morte de células tumorais na maioria dos tumores da próstata, principalmente dos tumores derivados do epitélio glandular e que crescem por estimulação da testosterona. Também existem fortes evidências de que os andrógenos estimulam o crescimento de câncer pré-existente da próstata, mas é fato desconhecido e inconsistente se a concentração da testosterona no tecido prostático inicia realmente o desenvolvimento do câncer da próstata.

Também já se sabe que níveis aumentados de andrógenos não aumentam o PSA, que é a enzima que aumenta quando existe câncer de próstata. A literatura evidencia o desenvolvimento do câncer da próstata em atletas e pessoas que estão realizando fisiocultura corporal (aumento da massa muscular) após a utilização de esteróides anabolizantes.

Mas, como se não bastasse essa confusão, também se sabe que muitos homens com testosterona baixa, PSA normal e toque prostático normal, podem ser portadores de câncer oculto e latente da próstata, o qual poderá se desenvolver com o uso abusivo e sem orientação médica de testosterona.

Os níveis de andrógenos podem influenciar no desejo e na fantasia sexual durante o desenvolvimento e a vida adulta. Libido, humor e funções do conhecimento e da percepção (fatores cognitivos)

Comportamento

Estudos demonstram que a testosterona exerce uma significativa influência na libido e da função sexual. Em homens com deficiências de testosterona demonstradas laboratorialmente, a reposição da mesma tem aumentado a ousadia, o interesse e a melhoria do comportamento e do desempenho sexual.

Por outro lado, a correlação entre os níveis de testosterona e o comportamento agressivo permanece controvertida com as informações atuais da literatura. Mas, os pacientes com distúrbios psiquiátricos e deficiência de andrógenos, quando os mesmos são administrados (reposição), apresentam de melhoria da disposição, performance energética, melhoria da memória, da auto-imagem corporal e do bem estar social.

Desempenho sexual

Ainda há muita controvérsia sobre a ação hormonal no desempenho erétil. Homens castrados ou hipofunção das gônadas apresentam grandes períodos de desinteresse, queda da libido e impossibilidade de apresentar uma ereção peniana normal.

Vários estudos demonstram que os andrógenos não são absolutamente essenciais para o desempenho sexual e função erétil. Isto está evidenciado em homens com baixos níveis de testosterona e bom desempenho sexual e erétil. Entretanto, homens com baixos níveis de testosterona plasmática e baixa performance sexual podem melhorar a função e o desempenho quando são tratados com terapia de reposição hormonal.

A maioria dos homens normais apresenta ereção peniana noturna. Isso acontece numa freqüência de três a cinco ereções no período noturno, com duração de 25 a 35 minutos cada uma. Em pessoas com decréscimo da ereção peniana noturna, estudos monitorados têm evidenciado uma significante melhora dessa função erétil durante as terapias com a reposição hormonal.

Estudos e investigações recentes têm demonstrado que a ereção peniana noturna e a estimulação visual erótica são testosterona dependente, melhorando com esse hormônio a habilidade de iniciar as ereções, a rigidez e a duração.

Reprodução

Os andrógenos estimulam a diferenciação pré-natal e o desenvolvimento puberal dos testículos, epidídimo, pênis, vesícula seminal e próstata. A testosterona é um fator regulador do crescimento e desenvolvimento das células testiculares, interferindo no fluxo sanguíneo e na produção do fluido seminal.

A espermatogênese (produção de espermatozóides), é dependente dos níveis testiculares de testosterona. Entretanto, a terapia com altas doses de testosterona pode inibir, na hipófise, fatores de liberações da gonodotrofina endógena e causar, nas gônadas, diminuição do número ou mesmo ausência de espermatozóides.

Reposição Hormonal Masculina

Os estudos sobre o Tratamento de Reposição Hormonal para a mulheres menopáusicas ou pré-menopáusicas tem sido estudado há mais tempo que seu correspondente masculino. Esse privilégio deveu-se, sobretudo, a forma clássica e abrupta com que os sintomas da menopausa se apresentam.

Na falta de hormônios, a mulher pára de menstruar, começa o ressecamento da pele e das mucosas, o cabelo fica sem vida e, muitas vezes com aumento da queda, há mudanças repentinas de humor, depressão, ondas de calor, obesidade, flacidez na pele e músculos, passa a ter dificuldade nas relações sexuais devido ao ressecamento da vagina, enfim, uma série de sintomas e sinais clínicos que vão surgindo muito visivelmente.

Essas alterações, que na mulher culmina com a Menopausa, a qual pode ter início por volta dos 45 anos de idade. Já no homem, a Andropausa apresenta sintomas mais vagos e variados, desde a perda do tônus muscular, sintomas depressivos e desinteresse sexual. Esses sintomas ocorrem mais tardiamente, em relação às mulheres. Ela começa a surgir por volta dos 50-55 anos. Felizmente, com os avanços da Medicina e a descoberta da Terapia de Reposição Hormonal Masculina é, ao menos, possível retardar essa evolução incômoda.

A Andropausa, ao contrário da Menopausa, não traz o fim da fertilidade para o homem, apenas uma redução dela devido à menor produção de espermatozóides, mas também tem sintomas incômodos, apesar de mais sutis que os da mulher.
Tanto para os homens que ainda já apresentam os sintomas quanto para aqueles que desejam fazer a prevenção da Andropausa, existe a Terapia de Reposição Hormonal Masculina. Esta tem sido mais segura com a forma de aplicação transdérmica, através de gel, cremes ou adesivos cutâneos (Referência).

Além da a Terapia de Reposição Hormonal é necessário fazer uma suplementação de vitaminas, sais minerais e oligoelementos, para melhorar a atividade mental, de antioxidantes e aminoácidos que ajudarão a liberar neurotransmissores cerebrais, melhorando o interesse sexual e o prazer em geral pela vida.

Através da Terapia de Reposição Hormonal Masculina os níveis hormonais podem ser restabelecidos, melhorando a irritabilidade, a depressão e proporcionando a vontade de ser novamente produtivo. O homem que faz o tratamento volta a ter mais energia, força física e mental e vida sexual mais satisfatória.

Tanto para a mulher como para o homem, a Terapia Ortomolecular tem que ser valorizada, individualizada e só deve ser prescrita por Médico Especialista. Este, avaliar o estado psicoemocional do paciente e fazer um estudo pormenorizado de exames laboratoriais, incluindo exames ortomoleculares (Referência).

As contra indicações para Terapia Hormonal Masculina seriam a suspeita ou caso confirmado de câncer de próstata ou de mama, níveis de testosterona normais e insuficiência hepática.

A Polêmica dos Hormônios

A reposição hormonal masculina e a abordagem da Andropausa tem sido um tema polêmico e controverso nos últimos anos. Vários parâmetros têm sido analisados para definir a necessidade de reposição hormonal e os reais benefícios da terapia.

A tendência em melhorar as condições de vida do idoso, o apelo social para atividade sexual e o interesse em realizar a reposição hormonal têm contribuído muito para melhor entendimento do sistema endócrino e da inteiração fisiológica dos sistemas hormonais do homem.

O interesse pelas terapêuticas do homem idoso com alterações da libido, portador de disfunção erétil, alterações da massa óssea e muscular, alterações da memória e funções cognitivas (conhecimento e percepção) estão revolucionando a pesquisa, a discussão e o entendimento da Andropausa.

A reposição hormonal estimula a produção de hemácias (glóbulos vermelhos do sangue) mas, por outro lado, aumenta a agregação plaquetária, facilitando a formação de coágulos.

Os andrógenos costumam exercer importante ação nas gorduras das pessoas. Assim, após a puberdade eles provocam o decréscimo do colesterol HDL, que é a fração boa do colesterol e, ao mesmo tempo, aumentam triglicérides e colesterol LDL, que é a fração ruim. É por isso que alguns investigadores têm referido que a supressão de testosterona aumenta a concentração de HDL, melhorando assim o perfil das gorduras, já que o DHL é a fração boa.

Todo paciente com suspeitas de alterações hormonais e interessados na administração de reposições deverá ser rigorosamente investigados por clínicos, endocrinologistas e urologistas. Segundo Gilvan Neiva Fonseca, pacientes com perda da libido, persistente disfunção erétil, queda no desempenho físico e intelectual deverão se submeter a uma completa análise urológica, pois apenas 1 a 2% da disfunção erétil é atribuída a problemas hormonais.

A reposição hormonal está corretamente indicada para homens com hipogonadismo (baixa função hormonal testicular) ou com evidências clínicas e laboratoriais de alterações hormonais. Esses pacientes devem ser amplamente esclarecidos sobre os riscos e benefícios da terapia, para uma melhor qualidade de vida (Idem).

Fonte: Ballone GJ
Data da Publicação: 19/05/2003